Trabalho
Profissões que valem ouro em SC
Recém-formado tem emprego garantido e salário que chega a R$ 20 mil
GRAZIELE DAL-BÓ
Santa Catarina não é só desemprego para quem sai das faculdades ou dos cursos técnicos. Se 160 mil não conseguem emprego, de acordo com dados do IBGE, uma outra parte dos jovens não precisa procurar muito por uma colocação no mercado de trabalho. E ainda recebe bons salários, que podem chegar a R$ 20 mil.
Um exemplo é a profissão de Oceanógrafo. Em todo o país, há apenas 1,8 mil formados.
- O campo é muito amplo, a pessoa pode trabalhar na iniciativa privada ou em um emprego público, pode atuar na área geológica, química, física e os salários também não deixam a desejar, vão de R$ 1,5 mil a R$ 20 mil - explica o professor do curso de Oceanografia da Univali de Itajaí, João de Menezes.
Outros segmentos que vêm ganhando destaque são todos os ligados ao meio-ambiente. Foi nessa área que apostou Talita Schlup Xavier, de 23 anos. Formada há menos de quatro meses em Engenharia Ambiental, Talita é gerente de projetos na Ycatu Sistemas de Saneamento, de Itajaí, empresa na qual conseguiu seu primeiro estágio, na quarta fase.
- Quem entra no curso agora tem mais oportunidade de estágio porque existe mais preocupação ambiental.
Segundo a consultora de RH da Catho Online, Gláucia Santos, até pouco tempo, a questão do meio-ambiente ficava restrita ao terceiro setor, mas está ganhando cada vez mais espaço na iniciativa privada.
Danielle Dias escolheu a profissão de organizadora de eventos e está satisfeita pessoal e financeiramente. Ainda não se formou no curso técnico e já trabalha na área. Ela afirma que, com um bom nome no mercado, é possível receber até R$ 50 mil por encontro promovido.
O diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Sérgio Roberto Arruda, revela que os profissionais do futuro precisam ser mais que experts em suas áreas. A capacidade de trabalhar em equipe, o domínio de outros idiomas, além do português e inglês, e sólidos conhecimentos em informática serão requisitos básicos para quem deseja uma boa colocação, orienta Arruda.
- É importante também que ele tenha propensão para inovações, tomada de decisão, visão global do mundo e espírito de liderança.
Área de tecnologia promete avanços
Para o diretor do Senai, áreas como telecomunicações, automação, logística e distribuição, saúde e bem estar e biotecnologia no agronegócio devem ter uma boa evolução nos próximos anos. Quem escolhe a área tecnológica também consegue bons empregos e bons salários.
Luciano Oliveira, de 30 anos, foi o primeiro engenheiro de computação formado em SC. Da turma de 33 pessoas, apenas ele concluiu o curso, em 2001, e diz que nunca teve problemas em conseguir trabalho.
- Não existe limite de salário, mas é difícil encontrar recém- formado que ganhe abaixo de R$ 1,5 mil. Com quatro anos de experiência, consegue tirar R$ 4 mil.
Os cursos também oferecem boas oportunidades. O diretor da Unisul Business School, de Florianópolis, Fernando Serra, conta que os próprios empresários procuram a universidade para contratar os alunos.
- Antes, nós íamos até elas.
Todos os 12 alunos que vão se formar na primeira turma, no final do ano, já estão empregados ou em negociação com alguma empresa. É o caso de Thiago Freccia, que trabalha na Intelbras, em São José.
Todos esses exemplos estão fora das estatísticas de desemprego, mas, pelo menos por enquanto, são exceções. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que nos nove primeiros meses do ano foram gerados 68 mil empregos em SC. De 2003 até setembro deste ano, foram mais de 330 mil. Os números, parecem positivos, mas o técnico do Sistema Nacional de Emprego (Sine), Osnildo Vieira Filho, afirma que eles não refletem na diminuição do desemprego no Estado.
- A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) do IBGE mostra que, em 2005, eram 145 mil os desocupados em SC; já em 2006, foram registrados 151 mil e, em 2006, pulou para 161 mil.
( graziele.bo@diario.com.br )
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